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domingo, 6 de abril de 2014

De Falcão a Gabiru: Beira-Rio se rende aos heróis e volta com muita emoção.

Com produção gigante, show de reinauguração do estádio para 45 mil colorados celebra história do clube e homenageia ídolos, com direito a corneta para o rival.

Mais do que celebrar passado e futuro, a reinauguração do Beira-Rio, na noite deste sábado, acertou qualquer conta pendente que o Inter poderia ter com seus ídolos. E os igualou de uma maneira carinhosa. Mostrou que todos podem ser importantes. Como o majestoso Falcão, de ternos impecáveis, que, inclusive, abriu mão deles ao aparecer com um fardamento idêntico ao de 1976 e mostrar que a mágoa com a demissão em 2011 não é maior que o clube. Ou ainda Adriano Gabiru, um herói improvável e antes até indesejado, um Macunaíma vermelho, que teve um capítulo especial só para ele, terminando carregado pelos ex-companheiros após a reprise do gol do Mundial.
Assim, de braços abertos, sem rancores nem vaidades, o Inter desfilou suas glórias alcançadas e projetou uma nova era de conquistas ao reabrir o Beira-Rio. Por quase três horas, um espetáculo, que teve início às 20h, se mostrou digno da grandeza de um clube tricampeão brasileiro, bi da Libertadores e campeão mundial. Emocionou os cerca de 45 mil colorados que testemunharam uma data histórica. Que, acima de tudo, serviu para reunir todos os seus heróis. Até os mortos, devidamente homenageados. O Gigante está de volta. E orgulhoso do que já fez.
O orgulho estampado no rosto de cada um deixou claro que os quase 500 dias de Beira-Rio fechado valeram a pena. Mais de oito horas antes do início do espetáculo, torcedores já circulavam nas imediações. Tiravam fotos, selfies ou apenas admiravam um novo estádio. Sim, um estádio novo, mais moderno e completamente diferente daquele inaugurado há 45 anos, mas que mantém a velha "alma" nos vestiários, nos corredores e nas arquibancadas onde milhares viveram dias de pura alegria. 
Pontualmente às 19h, uma contagem regressiva nos novos telões iniciou o pré-show. Logo em seguida, entraram em cena o Saci e o Escurinho, mascote e personagem do clube. Dançaram e animaram o público até o início do espetáculo. Quando a banda Blitz subiu ao palco montado sobre o gramado, o público já estava aquecido. Com a camisa do Inter, Evandro Mesquita, torcedor fanático do Fluminense, colocou os colorados para cantar vários hits da banda nos anos 80.
Após cerca de 30 minutos de música e festa, era a vez da história entrar em campo. E história com H maiúsculo. Com os grandes momentos do clube como fio condutor, o espetáculo "Os Protagonistas" usou e abusou de fogos, luzes, sons, imagens e um mix de linguagens artísticas com música, dança e teatro para retratar as principais glórias dos 45 anos de Beira-Rio. 
Coube a ídolos de diferentes gerações introduzirem o espetáculo: Figueroa, Fernandão e D'Alessandro. E sobrou até para o tradicional rival. Ao assumir o microfone, o atual camisa 10 colorado alfinetou:

– Tenham certeza de que o Beira-Rio é nosso. É a casa de vocês – bradou D'Alessandro, fazendo alusão à Arena do Grêmio e a conturbada relação do clube com a construtora.

A torcida colorada entendeu o recado e foi ao delírio. 

 

 

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